Parábola da Poesia


Nasceu de mim como filha

Ensinei-lhe meus caminhos tortos

Minhas paisagens

Os meus atos e meus desacatos

e outras tristes sortes,

Dei-lhe sonhos

e deixei que adormecesse

Docemente em meus braços.


Como boa mãe lhe fui

Ensinando os segredos

Da alma feminina

E os caprichos masculinos

Que visceralmente matam.


Dei-lhe força de furacões

E lhe quebrei todos os laços

Ela cresceu e ganhou o espaço



E eu já não a encontrava

E eu chorei, padeci

calei e adormeci

em noites sem luas

em mares sem ondas

em amores sem sonhos

em viver sem vida


E numa noite sem paixão

Angustiada a alma

Voltou-me calma

E eu fiz festa


rendi louvores,

ofereci -lhe flores

e som de mil orquestras

Oferta de manjares

encontro de olhares

e fui pura magia

Brindar na madrugada

A volta da minha POESIA!






Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 15/01/2011
Reeditado em 16/01/2011
Código do texto: T2731400
Classificação de conteúdo: seguro