Senhor das Noites
Um mar sem fim de nostalgia
é o que de ti me separa.
O teu vulto dança
no trançado das minhas memórias
e tuas palavras ainda ecoam
no zumbido do vento manso
das minhas madrugadas
longas, tolas, despreocupadas...
Nem te ter, nem te olhar.
Prisioneira e calada
nas paredes dos meus pensamentos
também te encontro enjaulado
preso ao passado.
Abraço o amor que sinto
e beijo o teu sorriso
que não se perdeu
nesta lacuna do tempo
entre o viver e o sonhar.
Nado em águas revoltas
mas não perco o rumo.
Vou esquecer-me de ti,
único senhor das noites
que já não são minhas.