Chove chuva...

Esther Ribeiro Gomes

As chuvas de verão caem impiedosas

e chegam, mais uma vez, destruindo tudo!

Desolado, meu coração fica mudo...

Os pingos caem, tamborilando na janela,

respingando na alma gotas de dor

e recomeçam aquelas cenas de horror!

Vidas que se perdem, famílias dizimadas,

novamente promessas de tudo mudar...

Passa mais um ano, nada se faz

e o povo sofrido tem que recomeçar!

Mais uma vez, o velho filme se repete...

Amarelado, desbotado, retorna no verão

e ano, após ano, entristece o coração...

Mortes, desespero, destruição,

os morros desabam e vidas se acabam!

Será que o sofrimento não tem fim?!

Constroem nas encostas por falta de moradia

e ano após ano, repetem o mesmo discurso,

velho, amarelado, de olho no voto do pobre coitado...

E agora, José? E agora, João?

De novo, sem nada, de novo sem pão...

Meu Deus, até quando terão que engolir mais um não?!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 14/01/2011
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