O CINEMA DA MENTE

Olhei todo o desenrolar dos últimos anos,

Como cenas de um filme projetado na mente,

E foram tantos sonhos e desenganos,

Entre pensamentos que se foram, de repente,

Enquanto eu via seus risos dançando na praia,

Na praia metafísica da saudade...

E, nesse filme projetado na mente,

As memórias saltavam de paraquedas,

Flutuando rapidamente pelos ares

No azul de olhares tridimensionais,

Suplicando paz ao céu, amor à vida,

No labirinto sem saída de nossa consciência,

Revisando fatos, fotos, versões e lembranças

De quando éramos aquelas agitadas crianças,

Brincando de fazer uma máquina do tempo...

É assim que as memórias dirigem o filme da vida:

A grande tela do cinema é a própria mente,

Onde se projeta toda a vivência adquirida,

Ao longo dos anos, com ou sem efeitos, de repente,

Efeitos, possivelmente, muito especiais.