Não posso recuar do que sou

Não posso recuar de onde sou,

Nem o pássaro do vôo

Ou o peixe da água.

Se o ar for restrito, irei pelo vale,

Se preciso, pelo abismo.

Se tudo for pouco

Romper o casulo é o conselho

E o cercado dado que habito,

Desmanchar o ninho e o rito...

Sei que enfio os pés pelas mãos

E o que eu digo interessa a poucos

Mas a minha percepção diz,

Pede e dita: É certo. Vai em frente.

Não vou recuar um milímetro

Seja real, seja loucura.

Se crio e isto é pouco, foda-se.

Se a célula é pequena, duplico.

Faço o tacape da luta.

A centelha rasgo da pedra,

A palavra é restrita, mas minha.

É tudo que tenho e a teima.

Se a trisco, entretanto,

Luz vira pólvora para o combate

O fogo, alimento.

Recuar?

Só se for para recolher feridos.

Não haverá abandono.

Peito aberto e o lema: Em frente!