OUTONO
No voz do vento
vi teu queixume
teu desalento
morria o lume
nesse momento.
Na voz do vento
salpicos de água
uivos de feras
contos de fadas
tu te despias
te desfolhavas.
Na voz do vento
trina a guitarra
fado menor
aves de agouro
soltam gemidos
gritos de dor.
Na voz do vento
os olhos teus
baços
parados
dizem adeus.
Leiria, Portugal