QUIXOTESCO

Ah! cavaleiro das ilusões
não deixes que te acometa
o pesadelo da noite sem lume
e nem te amofines, infeliz
nas agruras do queixume.

Embrenha-te no sonho
atravessa o portal dos sofismas
fantasia-te de loucuras mudas
imerge teus versos na poesia
mas enfrenta o real dos alcantis.

Perca às vezes a lucidez
desnuda a alma que não se farta
aniquila a teia que te enleia
apaga os vestígios da estupidez 
desliga-te de Amadis! 

           Teus sonhos não são quimeras
           mesmo albergados na imaginação
           Dulcinéia não é miragem
           e apesar do repisado refrão,

                     a vida pede passagem.


Sonia R
Enviado por Sonia R em 24/10/2006
Reeditado em 24/10/2006
Código do texto: T272467