QUIXOTESCO
Ah! cavaleiro das ilusões
não deixes que te acometa
o pesadelo da noite sem lume
e nem te amofines, infeliz
nas agruras do queixume.
Embrenha-te no sonho
atravessa o portal dos sofismas
fantasia-te de loucuras mudas
imerge teus versos na poesia
mas enfrenta o real dos alcantis.
Perca às vezes a lucidez
desnuda a alma que não se farta
aniquila a teia que te enleia
apaga os vestígios da estupidez
desliga-te de Amadis!
Teus sonhos não são quimeras
mesmo albergados na imaginação
Dulcinéia não é miragem
e apesar do repisado refrão,
a vida pede passagem.