E vinha o destino como uma nuvem de chuva

E vinha o destino como uma nuvem de chuva

Massiva, plumbea, coriscante,

Ao longe se via, e se anunciava no ribombar dos trovões

Como deixar ao desejo julga-la boa ou ruim?

Pois se ela simplesmente vinha

Física, meteorológica, climática

Mais correto julgar a mim

Já sabedor de sua vinda, por seu anuncio em todos os ventos

Em todos o cheiros de chuva, no voar baixo dos pássaros

Mais correto julgar a mim

Ao meu desconsiderar os sinais, ao não correr a me abrigar

Ao não desmarcar os compromissos

O destino vinha como uma nuvem de chuva

Que ocupava todo o horizonte a minha frente

Não ver não era opção

Fingir não ver era

Não me preparar para a chuva era

E só quando há opção é que pode haver julgamento

E o destino veio como uma nuvem de chuva

E a chuva caiu sobre a terra

E as sementes puderam então fecundar o solo.

Sanyo
Enviado por Sanyo em 12/01/2011
Código do texto: T2723705
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