SILENCIO MUDO



O dia amanheceu em olhos que não dormiram
sobre a escuridão vasta de um silencio contorcido
no eco de palavras soltas no vento, sem nenhum alento
me banhando nas lágrimas convulsivas de marfim
em meio a névoa que se estende sobre as gotas de nanquim

O olhar no poente perdido...um vazio dito
sentidos camuflados expostos em alegorias de atos decididos
Cortam-me os espinhos, entre as asperezas de um minuto vivido
a dor se fez latente em coração desobediente
que ao voar, caíra num abismo permanente

Sangra-me o íntimo, por um descuido, num sentimento infinito
neste ser que agora cala o grito
de amar um tanto...que castrara o sorriso...

Desencanto de mim...lágrimas que não tem fim
escrevo o que não digo, e se digo não as escrevo
as dores que me tomam por abrigo.





Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 11/01/2011
Código do texto: T2723120
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