Gostaria da lágrima não ter entornado
Mas a nostalgia me abona o seu jantar
Não posso entender o motivo
Se da beleza fiz o meu santuário.
A tristeza me abarrota o guarda-roupa
Já não sei conjugar o terno com a gravata
O que me sangra – É a lâmina desapiedada
Dilacera a alma – Extermina a essência.
Navego num oceano indômito
Desviando a escuna do rochedo
Busco no mar aberto – O agente da idolatria
Esta intrigada encosta não me fará nômade
Não pirateio o meu devaneio
Por conhecer o amor- E a dor da saudade.
Quero aportar na ilha do encanto
Registrar o meu poema na areia
Delinear o que me dói – E o que me lanceia
Sem precisar esconder a lamuria
Do que faz o coração bater anêmico.