Carta de Amor

Abre a carta e amorosamente

a manuseia.

Lê cada palavra aos soluços

de quem a respeita

amando.

Concentra-se à vista dos lençóis

e na cama, ao mesmo tempo,

derrama uma lágrima posta

em uma das linhas

do papel.

À sua volta o quarto lhe é fiel.

À sua frente o quanto a espera

deitada ao seu lado

como sua já fora,

doce rainha e megera.

Ao apertar-se ao

travesseiro,

convencido de solidão,

vê sua vida desmoronar

derivando-lhe falta de coragem

para enxergá-la

ao invés da noite,

sem a saudade

à porta bater

e o teto acima rodar.

Paulo Henrique Frias
Enviado por Paulo Henrique Frias em 11/01/2011
Código do texto: T2722631
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