Noites
Nas noites mal-assombradas
Eu ouço um sino longínquo
Bimbalhando horas tardias:
Duas, três, quatro, cinco
Insones badaladas.
Finjo dez ave-marias
E o escuro da noite
Dói no vento feito açoite.
Já não há fuga na prece,
Nem promessa de perdão.
Se eu rezo mais me aparece
A sombra da assombração.