Solto meu pensamento
no espaço
ilimitado

e ele,
coitado,

em piquetes
e arames farpados
fincados,
esbarra-se.

Mas a Ideia é displicente
e vaga
rompendo barreiras
que a frágil peneira
da censura
não consente.

Não importa
a mordida feroz
dos dentes
que a prendem.

Mordem,
mas não comem meus acordes,
e toco
(assim)
meu instrumento de letras,

plantando sementes
em solo
fértil.

Ouça,
moço:

mostrar o que a alma
transparente
sente

não é um presente
à Arte do Belo?

Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 11/01/2011
Reeditado em 11/01/2011
Código do texto: T2721650
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