Solto meu pensamento
no espaço
ilimitado
e ele,
coitado,
em piquetes
e arames farpados
fincados,
esbarra-se.
Mas a Ideia é displicente
e vaga
rompendo barreiras
que a frágil peneira
da censura
não consente.
Não importa
a mordida feroz
dos dentes
que a prendem.
Mordem,
mas não comem meus acordes,
e toco
(assim)
meu instrumento de letras,
plantando sementes
em solo
fértil.
Ouça,
moço:
mostrar o que a alma
transparente
sente
não é um presente
à Arte do Belo?