A Guerra de Canudos
A Guerra de Canudos
Da história do Brasil
Descrevo um fato que marca
De uma luta que surgiu
Entre a cruz e a espingarda
Com a implantação da República
Surgiram fatos absurdos
Um que até hoje se estuda
Foi a guerra de canudos
A população enfrentava
Seca e fome no Sertão
A economia ameaçada
De uma paralisação
Os coronéis só mandavam
E os pobres obedeciam
Os impostos que cobravam
Quem não pagasse morria
A mão de obra escassa
E só em tempo de colheita
Tudo que eles ganhavam
Nunca dava pra despesa
E assim era a vida
Sempre naquela agonia
A República maldizia
Desejando a monarquia
Porém deixo o sofrimento
Desse povo em desespero
Pra falar do surgimento
De Antônio Conselheiro
Antônio Vicente M. Mendes
Do Ceará ele veio
Vendo sofrendo os viventes
Dava-lhe muitos conselhos
Homem bastante sofrido
Teve grandes desilusões
Havia os seus pais perdido
E da mulher traições
Diante de tanta coisa
Passa a andar pelo Nordeste
Assim junto às pessoas
Em restaurações investe
Igrejas e cemitérios
Com isso preocupou-se
E com fé levou a sério
Ganhou muitos seguidores
Sua pregação intensifica
Com aquela seca tirana
Como um santo ele fica
Cresceu logo sua fama
Incomodou a igreja
Ao governo e fazendeiros
Ele a todos praguejava
Por serem uns interesseiros
Conselheiro contestava
Os impostos eram demais
O casamento civil denuncia
Ser obra de satanás
Causando agitação
Corre logo a notícia
De que essa aberração
Só acabava na política
A segunda expedição
Essa partiu preparada
Duzentos e cinqüenta vão
Mais de cem viu foi nada
Coronel Moreira César
Na terceira expedição
Partiu gritando me espere
Sertanejo filho do cão
Entre arbustos na grutas
Travaram fogo cerrado
Porém nessa guerra justa
Mais um coronel derrotado
Essas lutas desiguais
Era um grande sufoco
Uns com armas de metais
Os outros no corpo a corpo
Conselheiro ensinava
Previa sempre aos ataques
Orava e sempre dizia
Que com armas não matasse
Os exércitos os contagiavam
Com doenças tropicais
Os sertanejos se acabavam
Em situações penais
Entre lutas e desafios
O grande mestre viveu
Chegou então o seu dia
E Conselheiro morreu
Mas a fé continuou
Todos sempre em oração
E tudo que ensinou
Ninguém esquecia não
O governo preparava
Para outra revolução
Euclides da Cunha comandava
Essa quarta operação
Mais de sete mil soldados
Partiram para o local
Recruta de todo estado
Para essa briga infernal
Jornalistas acompanharam
Para ver tudo de perto
Deixando bem registrado
E informando bem certo
Vinte e quatro de Setembro
Do ano noventa e sete
Dez dias só combatendo
Os sertanejos que restaram
Assim em cinco de Outubro
Todos haviam morrido
A República venceu tudo
E o arraial destruiu tudo
Essa história passou
Um problema que lidera
E ainda não acabou
É a luta pela terra