ANALISTA (EN)GRAÇA(DO)

De tanto olhar no espelho

Vi coisas que me assemelho,

Vi outras quase estranhas,

Suor sair das entranhas.

Pode ser um quadro imóvel.

Rápido, na vitrina, o automóvel,

Mas a lâmina permanece estática:

Que descoberta fantástica!

E quando passa a bela donzela

Ou a senhora de vestido aquarela,

Ou o moço de passo apressado,

Parece que correm do passado.

Pode ser descoberto n’água,

Se remexer, imagem apaga.

Reflete sem protestar,

- Será que quer me analisar?

De tanto olhar no espelho

Já peço a ele conselho

E me acostumo a repetir:

- Que vício, tenho que ir!

Tarcízio
Enviado por Tarcízio em 10/01/2011
Código do texto: T2720163
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