Apenas se quiseres
andar por estas minhas veredas
de passos perdidos e palavras pequenas,
aprisionadas por entre uns tais espinhos
que toda estrada de poesia tem.
Deixa o teu silêncio e vem,
deixa tudo o que se foi e vai
enveredando por nossos sonhos
ou por nossos tantos descaminhos
que um dia te trouxeram até aqui.
Como naquele dia em que a tarde
fazia distraída uma festa sem perceber
que nossos olhos faziam parte da paisagem
e eram só vontade de anoitecer,
e que nossos lábios devoraram o silêncio
e não se fartaram da palavra mais pequena
Beijo! Apenas se quiseres
guardei para além dos sonhos e equívocos
nas veredas mais distantes da poesia,
para quando vieres aqui deixar teu silêncio
e tudo o que se foi nos tantos descaminhos,
noutra festa distraída da tarde,
para num desejo de amor anoitecer
apenas se quiseres...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 10/01/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2719693
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