Hoje é domingo
dia de não ser, não fazer, de esquecer.
Como dizer isso pro gato que pula e pula
e corre pela casa e brinca com nada
e com tudo qualquer coisa?
E me arranca um sorriso leve e fácil,
uma gargalhada que troveja
nos quatros cantos de minha solidão.
E depois se cansa e descansa
esparramado justamente naquela poltrona
em que um dia ainda eu queria sentar...
Os gatos não tem domingos
ou talvez só tenham domingos,
ou o que é bem melhor:
não tem ontem e nem amanhã...
E ontem não sou mais
o que amanhã não sei se serei
no sem tempo do pensamento...
(Acho que sou o domingo do gato!)


PS.: O estado lastimável dos assentos de casa são de inteira responsabilidade do dito cujo felino.
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 10/01/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2719587
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