Alma de Poeta

Alma de poeta não é coisa bela

Maravilha, beleza a se desfrutar pelo olhar.

Alma de poeta é coisa ferida,

Machucada, dilacerada,

Gotejante em sangue

Pelo verbo sentir.

Pois poeta que é poeta

Se entrega ao sentimento,

Rasga o coração

Sente a dor, a desilusão

Bater implacavelmente no peito.

São seres que se perdem

Nas margens e miragens da ilusão.

Esvaindo-se, admirando-se

Nas bocas da paixão.

E tantas, e tantas... E tantas

Lágrimas derramadas pelo chão.

Tantas agonias, tantas alegrias

Gritadas desesperadamente no papel...

Não, alma de poeta não é coisa bela não

Pois o que há de beleza escorrida

Em tal específico tipo

De intangível criatura perdida

Não é alma, não é o poeta,

É a poesia.

Ironic
Enviado por Ironic em 09/01/2011
Código do texto: T2719286
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