Pandêmia

Venho de antigas lendas

e milenares caminhos

que tracei memorável

em banquetes e maldições

com fúria implacável

a devorar corações

na nudez sem vendas

banhada em vinhos

Em noites de orgias...

Aquela que vandaliza

almas tolas e humanas

E oferta paixões

com a desfaçatez

de quem toma vidas

E em sangue desliza

com isenta altivez

saboreando aflições

E escraviza...

Sou exclusiva beleza

de deuses ecléticos

Lançam raios e trovões

meus cabelos elétricos

Acariciam nações

os seios de deusa

Meus lábios magnéticos

sorvem brumas e monções

E expiram universos...

Assim me desfaço

em delícias e ambrosia

E ninguém pressente

a musa sublime que disfarço

Mas em cânticos sussuro

Esse divino presente

que explode ardente

embaixo de minha fantasia

De gente.

Claudia Gadini

28.05.05

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[ Na Mitologia Grega, Pandêmia é uma das faces da Deusa Afrodite. Representa o Amor Jovem, desenfreado.

A paixão que desconhece ética, regras, limites ou pudores.

Referência : Diálogo de Sócrates, "O Banquete" ]

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