A moça e o ponto de ônibus.
No ponto de ônibus, só
Está uma moça solitária.
São iguais.
Mesmo que durante o dia
Com eles vivam centenas de pessoas.
Neles, elas vêm e logo depois,
Vão embora.
Triste sorte tem o ponto,
À noite quando todos ficam mais longe.
Pois lá vem um andarilho solitário
Dormir em seus bancos duros,
E chorar a dureza do dia.
Em tristes anelos de dores.
Pior sorte tem a moça
À noite quando todos ficam mais pertos.
Pois lá vem um sonho solitário
Dormir em seu sono profundo.
E chorar a rudeza da vida
Em tristes anelos de amores.
E a moça e o ponto
Parecem sozinhos.
Mas nunca estão só.
Vivem com eles as realidades
Das penas da razão.
Vivem com eles as ilusões
Das dores da emoção.
Vieira