A moça e o ponto de ônibus.

No ponto de ônibus, só

Está uma moça solitária.

São iguais.

Mesmo que durante o dia

Com eles vivam centenas de pessoas.

Neles, elas vêm e logo depois,

Vão embora.

 

Triste sorte tem o ponto,

À noite quando todos ficam mais longe.

Pois lá vem um andarilho solitário

Dormir em seus bancos duros,

E chorar a dureza do dia.

Em tristes anelos de dores.

 

Pior sorte tem a moça

À noite quando todos ficam mais pertos.

Pois lá vem um sonho solitário

Dormir em seu sono profundo.

E chorar a rudeza da vida

Em tristes anelos de amores.

E a moça e o ponto

Parecem sozinhos.

Mas nunca estão só.

Vivem com eles as realidades

Das penas da razão.

Vivem com eles as ilusões

Das dores da emoção.

Vieira

IndexVieira
Enviado por IndexVieira em 09/01/2011
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