Quando sou...
Quando sou...
Num quando me foi feito surpresa,
de confusa comunhão do tempo.
A melancolia que hoje permeia,
no fim, foi rápido momento.
Se pertenço ao agora que é,
um passo é querer o futuro.
Mas se n'aurora sou o que é,
ser é um infinito maduro.
Quem foi enquanto era,
pertenceu antes um agora.
Depois será nesta terra,
um eu sendo outrora.
De tanto querer certo tempo,
tropeço na linha da invenção.
Perceber o ser é tormento,
ser sem querer é canção.