Quando sou...

Quando sou...

Num quando me foi feito surpresa,

de confusa comunhão do tempo.

A melancolia que hoje permeia,

no fim, foi rápido momento.

Se pertenço ao agora que é,

um passo é querer o futuro.

Mas se n'aurora sou o que é,

ser é um infinito maduro.

Quem foi enquanto era,

pertenceu antes um agora.

Depois será nesta terra,

um eu sendo outrora.

De tanto querer certo tempo,

tropeço na linha da invenção.

Perceber o ser é tormento,

ser sem querer é canção.

Camper
Enviado por Camper em 23/10/2006
Reeditado em 13/05/2011
Código do texto: T271863