POETA DE UMA LINHA SÓ
Eu, poeta de uma linha só,
Não caberia na gramática.
Mas, condenso toda árdua arte,
Cabendo em mim.
E assim...
Em toda parte.
Eu, poeta por menor que seja,
Há um verso de dor,
Há um verso desses que vem como o sol,
Há um verso carregando a cruz,
Desse poeta.
Há um verso de todos,
Escondidos na memória de cada um!
Eu, poeta onde na minha cidade,
Que é o que, mas canto,
Ninguém nunca me leu...
E nem canto.
Nem o padre, com suas batinas negras,
Nem o político, com seus argumentos,
Nem família, nem amigo,
Bêbados, loucos, bichos, plantas, ninguém!
Eu, poeta de uma linha só,
Não caberei na gramática.
Embora, costurarei meu tempo,
Sou um poeta, de minha vida.
Sou um poeta da minha dor.
Minha gente.
de uma cidade!