Sei do meu jeito estoico
Sei do meu jeito estóico
Visão de quem não me conhece
Esse ar austero e distante
É coisa de quem não tem
Os pés assentes no chão
E é o que não parece
Cada pessoa é um mundo
O meu é um turbilhão
Se aparento serenidade
Em abono da verdade
Sou toda desassossego
O médico não me entende
A última vez que lá fui
(verdade, já nem me lembro)
Olhou para mim e sorriu
E como quem não quer a coisa
Para descargo de consciência
Puxou do receituário
E prescreveu-me "Placebos"
Agora, sou eu que me rio dele
Cada poema que escrevo
É mais do que uma terapia
Medicação que me dê
Está destinada à pia!