OLHEI-ME
Olhei-me
e vi um mar encapelado.
Vi o medo
o medo de afundar-me
nos fundos
infindáveis.
Olhei-me
e senti o peso da cidade
desse betão armado
que me esmaga
na solidão
dos artifícios
e nas teias
da massificação.
E perco a identidade.
E sou um factor numérico
se tanto.
Leiria, Portugal