Asas solitárias

Quanta distância percorremos

Fugindo de nosso próprio tempo?

O vento nos leva longe demais,

Restos de asas desbastadas,

Sem ao menos uma pena.

Se, ao menos uma pena...

Quando virá a redentora chuva?

É urgente descer ao mar,

Agora que não nos temos mais.

À deriva, o naufrágio é o que nos resta.

Se ao menos fôssemos fênix,

Estaríamos seguros do sangue, do rio.

Um por vez, estamos, de ressurgir, distando...

Precisando do ar um pouco menos.

Até onde leva esta corrente

Da qual nos recriam sem cessar?

Lados é o que não mais temos.

Ninguém nos vê à nossa frente.

Ninguém nos vem do passado.

Não lembramos mais.

Quanto tempo faz?

Quanto tempo faz?

Gabriel Dorio
Enviado por Gabriel Dorio em 07/01/2011
Reeditado em 17/09/2015
Código do texto: T2714893
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