Talvez...O Último Barco...Maria Thereza Neves
A saudade batia forte ausente de letras
ausente de poesia
ausente de tudo
tão cheia de nada
tão funda no meu fundo
indefinida saudade
sem saber por quem batia
porque batia e tanto doía
talvez , no último barco
no último banco da mente
onde o mar oferece o leito
a alma singrasse encontrando um porto
aliviando a tormenta ao sabor dos ventos
soltei minhas velas à deriva
encontrei-me viva
encontrei o mar da minha vida
encontrei-me poeta
a escrever em todas as margens
em todas as praias e maresias
agora tão cheias de poesias e melodias.
23/10/06-10h31