Ilusão
Meus olhos desvanecem
Diante do tempo
Estou estático
E as horas me consumem
Os segundos cruzam
Como cortantes fio de navalha
Fragmentos de mim e meus despojos
É o que jorra de meu cerne
Dilaceradas lembranças
Perpassam por minha mente
E minha visão entorpecidas
Por sonhos que não mais existem
Somente restos e um vazio
Que não mais se extingue
Meus ouvidos estão moucos
Enquanto grito prisioneiro do vácuo
Nos grilhões de fantasias
Que nunca se realizaram
Transformam-se em murmúrios e lamentos
Como testemunha uma lágríma
Descai do meu olhar soturno
Meus passos no vazio
A vagar sem direção
Acaricia a insanidade
Minha companheira solidão
Lucidez?
Divorciou de mim
Somente o sopro
O que restou do fim
O último gélido suspirar da ilusão
Em mim