Cálice de dores
Bebo o néctar do soluço
Nesta taça de ouro e prata
Do vinho o sangue vermelhuço
De um romance burocrata
Brindo sim sozinha o aranhuço
As mordidas feridas de fragata
Dos cheiros de pólen eunuco
Da grama que virou mata
E, coleciono em ode maluco
Tributo embriagado telepata
O vinho tão somente carapuço
Da viva angústia pacata
Coleciono dores
E bebo neste cálice
Meus desamores
Aftas da alma - ápice!!!