TURÍBIO TODO
Turíbio todo, seleiro de profissão, Saiu numa ocasião para uma pescaria.
Disse a patroa, que pernoitaria fora.Mas a coisa deu pra trás. E voltou no mesmo dia.Chegou à tardinha, silencioso ouviu um cochicho.
Ligeiro escondeu o caniço, na penumbra foi sondar.
Pelo que viu, sua amada o traia com um tal de Cassiano. Ex policial do lugar.
E vingativo manteve a sua ausência e pra outras bandas permanência
Voltou só no outro dia. Amabilíssimo, Até ensaiou um sorriso
Trouxe peixes de improviso e gabou da pescaria.
Sua fachada tinha alguma serventia, enquanto o fumo mordia.
Mascava seu ódio branco. E sem arranco, nem mostras de rebeldia
Cuidou que tudo sairia do jeito que ele queria.
E decorridos, três dias do acontecido, tocaiou a casa do tal.
De arma engatilhada, de uma pilastra, viu um ginete de costas.
Vislumbrou a silhueta muscular de um na sacada.
Foi um só tiro. Acertou a pontaria, treinado não erraria,
E foi uma gritaiada, viu o Cassiano, acudir o irmão gêmeo.
Ganhou mas não levou o prêmio. Matou a pessoa errada.
Caiu no espeto, sabia que o outro era ex policial da força.
Militar de envergadura. Da companhia do Primeiro Batalhão
Que escarafunchava esse chão. Pelotão de captura.
Nem quis saber, caçada seria dura. Deixou pra trás a fartura
Vida boa que levava. Selou o picaço, no trote esticou o passo,
Pôs um trinta a cintura e vazou na noite escura.