Papoilas
Vastos oceanos de escarlates papoilas,
Alagam as minhas pupilas rupestres,
Paisagens banhadas de virgens saloias,
Límpidas, com tons de dourados agrestes.
Leva a aragem silvestre do pastoril,
Em cadência alternada de um baile rubro,
As minhas preces escritas em tons anil,
Entre lágrimas solitárias de Outubro.
Lava os meus olhos com uma só paisagem,
Ó papoila desses campos alentejanos.
Dá-me o branco da cal, e o vermelho coragem,
Pra afrontar esta saudade de tantos anos.
(avril/2003)