TEMPO ABSOLUTO



Voo, voo, mas nunca chego
Ao céu azul na minha frente.
Voo livre nas asas do vento,
Sem amarras nem ilusões!

Nos campos de lírios, puro de veludo,
Quando toco tua pele meus lábios pedem tudo!
Num tempo absoluto, primeiro, de vida!
Estende a tua mão, eu te amparo
Abre o teu coração, eu te entendo

Vem! Corre a meus braços e chora
Grita, sufoca, blasfema ou ri.
Pouco importa se, por ora,
Não quero ver mais do que já vi!
                           
Deixa-me secar essas duas lágrimas
Que teimam em bailar num mar de algas
Conta-me da mágoa que em teu leito
Escondes calado, sem palavras vãs.

Dás-me a tua boca.
Adoro-a, não o nego,
Mas isso é coisa pouca
Quando a ti me entrego!



                       

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 04/01/2011
Código do texto: T2709313
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.