Que tenta unir remendos
em linha nova,
gastando verbos
e versos
que já não rimam mais,

dos tempos passados
que o óbvio
por si 
tudo diz,

ou cala.

Em tentativas de limpar 
o que restou do amor.

Do sabor
que outrora
foi alimento de românticos pardais.

Hoje esquecido 
nos fios eletrocutados
dos muitos postes
abandonados
em ruas solitárias.

Então
recolhe-te,
Poesia,
no canto que em teu coração reservas
o pouco
de ti
que ainda sobra.

Pois eis que o Inverno de nostalgia se vai
e quem sabe 
em coloridas Primaveras
de belos Poemas
surgirás.

Miriam Dutra
Enviado por Miriam Dutra em 04/01/2011
Reeditado em 05/01/2011
Código do texto: T2708533
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