Que tenta unir remendos
em linha nova,
gastando verbos
e versos
que já não rimam mais,
dos tempos passados
que o óbvio
por si
tudo diz,
ou cala.
Em tentativas de limpar
o que restou do amor.
Do sabor
que outrora
foi alimento de românticos pardais.
Hoje esquecido
nos fios eletrocutados
dos muitos postes
abandonados
em ruas solitárias.
Então
recolhe-te,
Poesia,
no canto que em teu coração reservas
o pouco
de ti
que ainda sobra.
Pois eis que o Inverno de nostalgia se vai
e quem sabe
em coloridas Primaveras
de belos Poemas
surgirás.