DE REPENTE
De repente
Faço um poema
Embalsamado de pétalas
Esparramadas nos rios
Onde mergulho os meus versos
Com perfumes e risos.
De repente
Traço estas linhas
Com fios noturnos
Bordados no lençol da cama
Onde durmo os meus sonhos
Abarroutados de jardins.
Cedo
O sol atravessa a vida
Com seus pássaros coloridos
A tingir a casa
Com as cores do arco-íris
Confundindo a minha imagem
Com a inspiração da tela.
De repente
Meu poema é palavra indecifrável
Tatuada na pele
Escorrendo pelas calçadas
Invadindo a cidade
E os corações.