Lágrimas no mar salgado
O pásaro que ali voava
um dia desses caiu ao mar;
triste em saber que nada inda o amava
o solitário foi se afogar.
A água, inconsolada,
decidiu com as lágrimas se salgar
para que a ave, que se afogava,
não a esquecessem nas saudades desse mar.
E hoje mesmo ali se escuta
nas profundezas ao luar
o canto lírico que se transmuta
em pio o choro, largo a saudar.