A VOZ DO POETA.

A voz silencia o poeta, mas não adormece

voz delicada, ternura em momento de prece.

Ver teu sorriso, o dourado dos cabelos,

o teu rosto sereno e me ver guardado em teus zelos.

És como sonho acordado, pensamento que voa,

Sou teu poeta, declamo em versos que se entoa...

Busco, uma imagem a imagem do teu momento,

Ah, mas o que me vem é apenas vago pensamento.

Sou sereno em um mar de agonia,

ah, minha querida, nem sei como faço essa poesia!

Pois ela brada de maneira errante, no vento,

quase me tolhe os versos, poeta em pleno sofrimento.

Sou eu que te falo, embora sem o sabor dos teus beijos,

ah, como a distância alimenta os nossos desejos.

Estou aqui a contemplar o teu sorriso,

ah, nem me digas que não encontrarei o teu paraíso...

Rio de Janeiro, 27 de Outubro de 2009.