INCORRIGÍVEL.
Mergulhar no decote, desbravar o desconhecido
encantar-me com os cinco sentidos
fazer vencedor a que me quer como vencido,
e ser mais do que isso, ou santo ou pervertido...
Assim que sou, patamar do nada e do acaso,
o silencio é o meu fracasso;
e o grito de alerta é o que mantém vivo a inspiração,
Não nego, mais sou fogo e por vezes: Paixão!
Não domino os sentimentos, mas uso palavras em mesuras
Como achar no peito, a dose certa? Pois é mal que não tem cura;
Pobre é sofrer por distância sem fim e sem gesto,
triste é que por estas palavras: Hão de dizer que não presto.
Aí que me reparo com com dois extremos distintos:
Um de poeta, pautado em versos e instintos;
Outra de boêmio, alucinado por um decote perfeito,
Ah, mais nem a poesia consegue me dar jeito...
Rio de Janeiro, 11 de Outubro de 2009.