N A D A
O palpitar da vida, às vezes, se assemelha
ao crepitar do raio que numa centelha
fulgura e brilha explodindo em luz.
mas que depressa logo é apagado
e moribundo jaz, mísero e ofuscado
pelo trovão que ribombeia e estruge.
O cáos avança e cresce enegrecido
pelas limalhas da explosão sonora.
Vai deslizando, vem do além, do olvido...
qual furacão corrói e apavora.
Rapidamente a noite desce:
imensa e densa ligeiro se aprofunda.
Como um lamento o som percute,
ressoa, inda retumba
no firmamento, errático e agonizante.
Depressa cessa, e o que dele resta?
Só o silêncio a ecoar no tempo.