FITA

Tudo culpa da poesia

Este e aquele momento

Um lugar de sonho

E de arrebatamento

Ela cria coisas a bel prazer

Cria beleza e sofrimento

Por isto avisou o poeta

É puro fingimento

Quando se irrita

Faz birra, bate o pé

Roda nos calcanhares

Visita lupanares

A poesia chora e grita

Depois se olha no espelho

E se acha fatal e bonita

O que mais adora

É fazer fita

Tem ansiedades e desejos

Ao mesmo tempo em que fica séria

Também faz gracejos

A poesia atravessa mares

Dorme nos pântanos

Visita a guerra

Ama imperadores

É de veneta

Invade e domina toda a Terra

Tudo é poesia

A mentira

A verdade e a ousadia

A ética e a moral

Tudo ela ignora

E pensa não fazer mal

Criatura inconsequente

Febril

A poesia arfa o peito

Embeleza o quadril

Monta a cavalo

E galopa no céu de anil

Apeia na porta do paraíso

A poesia não tem juízo

taniameneses
Enviado por taniameneses em 01/01/2011
Reeditado em 01/01/2011
Código do texto: T2702852
Classificação de conteúdo: seguro