VOAS COMIGO?
Sinto o cheiro da chuva nas manhãs
Ainda mal o sol se anuncia
Leio os avisos de um novo ano adiantado
Um murmúrio de água
Teima que é tempo de renascer
Nos meus braços se alongam um vazio
desta chuva que molha sem lavar
escorrendo nos dedos os desejos
e a vontade imensa de se libertar
Virando-me do avesso
no poema escrito
na folha perfeita de imperfeições,
na beira do verso qualquer inverso.
Meus olhos fitam o céu cinzento
e se perdem em algodoados pensamentos
vou a um distante tempo,na esperança de um alento
encontrar-te a minha espera no firmamento
Então pergunto-lhe: Voas comigo?