ESTRANHO SENTIR

Estranho sentir cinge-me o peito

É como só de miragem eu vivesse

E como sendo miragem fosses um anjo

A bater suas asas sobre mim.

Estranho é este meu sentir intenso

Que, como vulcão, ferve-me o ser.

Acalento-te como se órfão fosses

E de amor só o meu te restasse

E o que pensas de tudo isso, ó criança minha?

Leio nos teus olhos mensagens belas

Como a dizer-me que de mim gostas

E por que paramos no tempo e no espaço

E ficamos como se dois prisioneiros fôssemos

A pagar por culpas que não temos?

Não me escapa o teu medo estampado

Lado a lado com as tuas mensagens

Ficas, pois, de mim a esconder-te

Como se de amor eu venha a matar-te

Não será melhor morrer por excesso

A morrer por falta de amor?

Vem, morramos, pois, de amor unidos

É melhor que estar a morrer em separado.

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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 45.

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 31/12/2010
Reeditado em 04/09/2012
Código do texto: T2701274
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