A CANÇÃO DO MEU EU

J. Torquato

30/12/2010

Acaba de aparecer uma luz.

Tão intensa que dói ao olhar.

É branca vibrante, vou percorrendo em sua direção.

Como se fosse uma cortina, com as mãos,

Tento afastar ao meio.

Ela abre para me dar mais luz, ofuscante,

Mas tem uma sombra em movimento.

Uma sombra que também brilha.

Para mais adiante ainda vejo campo de luz, mas existem movimentos.

Tudo ainda é indecifrável, tateio.

È um túnel de luz? O que será?

Ouço música e vozes lá longe, o som vem aumentando.

São vultos indefinidos, pessoas juntas como num côro.

Canta:

“Eu sou teu eu, eu sou o que me fizestes,

Eu sou a escultura terminada por vossas mãos,

Eu sou teu futuro, Eu sou o ano Novo”