A FLOR DA ALMA
Lá nos confins dessa minh'alma, uma florzinha
mui solitária fita o céu, com fé, pedindo:
“Flore um jardim perto de mim, sou tão sozinha,
com outras flores coloridas, todo lindo!”
Oh, pobre flor, que assim, tão só, triste, se aninha
ao aconchego da esperança em sonho avindo
para manter o seu frescor que se definha...
E não chorar as suas pétalas partindo...
Ó, melancólica florzinha da minh'alma,
estas sementes que tu vês em minha palma
eu lançarei, espalharei ao chão de mim.
“Ó, Alma-Terra, sei que vivo dentro em ti,
permite, então, que outra mão me colha aqui,
pois sem o sol e sem o ar não há jardim.”