A Cópia da cobra...
Dia desses, nem sei como e porque
Numa rua paralela do acaso a encontrei
Ela me olhava fixamente
Com as palpebras transparentes, e sempre fechadas.
Estava escuro, e como um receptor infravermelho
Ela fitava-me passo a passo...
Detectava meus movimentos, como se pudesse captar a vibração
Dos meus passos...
Ela se aproximou e sem dizer nada me beijou a boca
Aquela lingua bifurcada, captava cada particula do meu medo
Da minha insegurança
Destilou seu veneno...me prometeu um mundo
E se foi com seus passos em zig zag
Sem ao menos olhar para traz...
Me envenenou de certa forma
Que estou anestesiado de amor
Sufocado pela dor
Tirando cópias de histórias
Das cobras, que passaram pelo mundo
e Deixaram apenas
Desejos manchando lençóis