Mudanças...

Mudas de pequenas orquídeas... Salvam-se algumas, outras são engolidas...
Assim, mudam-se os vasos... Põem-se cascalhos... Ou em galhos em noite fria.
Mudanças, para mim, sempre foram boas... A estagnação cansa-me... Gosto do vento.
Passeio pelas esquinas de uma nova cidade... Dialeto conhecido... Os mesmos ares do desconhecido...Curiosidade e adaptação.
Em arcos de Luz, atravesso a mata... Ou melhor, a praça.
Havia um grupo agitado... Um jogar xadrez à revelia... Um coreto, onde não vejo o presente... Avisto um passado, um recorte no tempo.
Mas, isso só vê, quem não tem medo.
Lancei os olhos para o lado... Mas, nem sempre se tem o devido cuidado...
Carros e carros... Gente com pressa... Mania de fugir daquilo que interessa.
Lá de cima, posso colher as nuvens... Densas nuvens acinzentadas pelas chaminés escondidas... Ou pelo rosto frio da pessoa encasacada.
A cidade cinza... O olhar manso de quem está a espera na estação...
Da luz, retiro o retrato guardado... Das mãos, o envelope ainda selado.
Mudanças são guardiãs das batidas do peito... Se paro, danço... Se danço, vivo.
Morre-se tantas vezes na mesma vida... Para que ter medo de um fechar de olhos, se muitos passam a vida inteira com os olhos vendados.
Livre trio a qual pertenço... Desenvolvimento.
Passeei... Pela cidade em busca de um endereço móvel... Nada mais prende os calcanhares de vidro... Aquiles mito... O resto, fato!



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