Quebra cabeça

Ando meio sem meio, e nesse meio me vejo a andar;

círculos rasos, momentos raros, a continuar.

E nessa dança, vejo mudança sem pressa de acabar;

e nessa via, o que me arrepia, é o medo de mudar.

E nessa crença, de desavença, tudo parece calar;

e nessa constância, sem esperança, fico sem ar.

E nessa descrença, de barba bem feita,de um morto olhar,

vejo alegria, numa euforia, de que um novo dia vai começar.

E nessa avenida, caminho a deriva, procurando direcionar,

o volante errante, sem balanceamento, dos pés a acabar.

E nessa poesia, enfrento harmonia, no desarmonizar.

E minha festança, é numa mera lembrança, me ver voltar,

vestindo camisa, de pano macio, leve de usar, sem me sufocar.

E nessa rima, sigo a sina, que o poeta vive: vou me reestruturar.

FVC.

Abraços poéticos