INQUIETA SOLIDÃO


TÃO FUNDO E TÃO FRIO ME SOPRA A INQUIETA SOLIDÃO
EM GRANDE DESERTO, SE FAZ PENHASCO A COVA, MEU CORAÇÃO.
UMA CAVERNA SEM, FIM ESTA ALMA QUE POUSA EM MIM
NO VENTO FORTE QUE RASGA O PULSO, MINH'ALMA NO MUNDO!

E ARRANCA-ME O CHÃO DA EXISTÊNCIA,
DE SER UM LUGAR, MEU TÉDIO PROFUNDO.
NESTAS VIDRAÇAS QUE NÃO TENHO LARES
QUE ME FAZ TRISTE OS DESFAZERES DOS ARES

TORNO-ME A PRÓPRIA PAISAGEM
EM QUE PESSOAS ESTÃO DE PASSAGEM
NESTA NUDEZ QUE SÃO FORMAS DE NÃO O SER
EM QUE MEU SENTIR É UMA FORMA DE VIVER

MAS O ARRANHAR DAS PAREDES É SEMPRE IGUAL
HEI DE VIVER O SUSTO NO ESPANTO, UM SUSPIRAR NATURAL
ALEGRA-ME AS VEZES SABER QUE HEI DE MORRER
E FINALMENTE LIVRE ESTAREI PARA VOAR E ME PERTENCER

POIS ME SANGRA A VIDA...A BOCA DE RISO ESCARLATE
AS INSANIDADES E MALDADES...DE UM CORAÇÃO QUE NÃO BATE
A VIDA É POUCA SE VIVIDA AOS BOCADOS
MAS O AMOR DEIXA DE SER SONHO,
QUANDO OLHAMOS PARA OS LADOS.

DÁ-ME ENTÃO, OS TEUS OLHOS FITADOS!
E O AMOR QUE ME FOI NEGADO EM PAPEL ROSADO.




Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 28/12/2010
Código do texto: T2696121
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