QUASE POETA...


Meu íntimo destino involuntário
Que nunca saberei de mim.
E o meu relógio ocupa a noite toda
nestas paredes que me prendem quase branca
na solidão que me acompanha
no passar das horas que triste fico
Sob sombras de não sei o que...

Ser poeta é minha maneira de estar sozinho
de olhar pra dentro e até perder o tino
tocar o coração no fundo das emoções
de revirar com os dedos as paixões

Assim carrego as pedras antes pesadas
e as transformo em flores perfumadas
E quanto mais me compreendo,
menos sou compreendida
Talvez seja esta a dádiva da vida
viver a vida dividida
entre as verdadeiras e as erradas
entre despedidas e chegadas

Em que sofrer é falta de tinta
e dor é a inspiração extinta
E amor é se doar inteiro
e se sentir metade de alguém.



Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 28/12/2010
Código do texto: T2696038
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