Meu Subsolo
É no escuro do meu quarto
Que me vejo completamente
Vejo aquilo que me parece mais decente
Vejo aquilo que me parece mais indecente
É nesse lugar peculiar
O Meu Subsolo,
Que fico frente a frente
Como meus medos, meus defeitos
E aquilo que faz lembrar
Minha consciência
O espelho de minha consciência
Mostra o ser que vive em completa contradição
Mostra que minha própria consciência
É minha maldição
Minha conduta duvidosa,
O ser transgressor que sou,
Que sinto prazeres às vezes doentios
E que vive remoendo, o rancor
Um ser dócil e inútil
O homem do subsolo que sou.
*Breve interpretação de "Memórias do Subsolo" F. Dostoiévski.
*Coleção Poemas do Subsolo.