Pela janela

Veja pela janela entreaberta,

O tempo permanece parado

O verde tapete molhado

Sozinho desfruta lembranças

E há ainda a esperança,

De seu corpo voltar a deitar.

Enquanto chora sozinho

O verde tapete de linho

Implora pro tempo passar.

Veja por esta janela,

Os pássaros não alçam vôo

Por medo de na hora do pouso,

Não ter tua mão como lar.

E no ninho despedaçado

O vácuo reina solene

Por falta da vida perene,

Que antes habitava por lá.

Veja pela janela entreaberta

Tua mente sofre em segredo

Pois não consegue livrar-se

Do inefável desassossego

A te olhar pela janela.

Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 2010.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 28/12/2010
Reeditado em 28/12/2010
Código do texto: T2695460
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