"Sabedoria cruciante"
"Sabedoria cruciante"
O mundo é um oceano que deságua dentro de mim;
E assim se dissolve, evapora numa força natural contínua;
É como uma canção fúnebre que no meu ser desafina;
E que se abre em espaços imponderáveis e sem fim.
Porque aqui estou com minha eterna ignorância;
Amedrontada diante de uma realidade incognoscível;
Minha alma é uma esfera intransponível;
Concebida por um espírito atormentado na infância.
Ó inflamável sabedoria remanescente!
Não degrada minha essência no presente!
És insidiosa mesmo estando calada.
Porque me aflige em seu leve torpor;
E a vontade de nascer novamente é a minha dor;
Pois descobri que viver é saber nada.